quinta-feira, 29 de março de 2012



PERANTE A REENCARNAÇÃO


Não perderás tempo, reclamando contra a vida.

Na hipótese de que te empenhes realmente pela aquisição do conhecimento espírita, reflete na lei da reencarnação.

És um espírito eterno envergando temporária forma física, à maneira de um servidor vestindo uniforme de trabalho, francamente deteriorável e passageiro.

Observa os próprios hábitos e tendências e perceberás o que foste nas existências passadas.

Analisa os que te rodeiam, no círculo doméstico-social e identificarás com quem te comprometeste para sanar os próprios débitos ou traçar a própria senda de elevação.

Estuda o quadro que te emoldura as atividades e anotarás de que ponto deves partir em demanda à melhoria.
Sobretudo, é preciso ponderar que se ninguém nasce para o mal, muito menos renascerá para reconstruí-lo ou reafirmá-lo.
Um aluno repete o currículo de lições no objetivo de ganhar a frente, não para acomodar-se à retaguarda.

Convence-te de que retornamos à Terra com o fim de ampliar os valores do bem, cada vez mais.
Indispensável corrigir-nos naquilo que erramos.
Replantar dignamente a leira do destino que relegamos outrora ao relaxamento.
Levantar aqueles que impelimos à queda.
Amar os que aborrecemos.
Acender alegria nos corações que encharcamos de lágrimas.

Estás hoje no lugar e na posição em que podes claramente doar à vida, na pessoa dos outros, tudo aquilo que és capaz de sentir, pensar, falar ou fazer de melhor.


Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier



Uma bênção Consoladora!!!



Esta leitura foi comentada (muito bem comentada) ontem no Grupo Espírita Nave da Saudade, que Deus ilumine à todos!!!



1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. - Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)
2. Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. - Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. - Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.)
Mas, ai de vós, ricos que tendes no mundo a vossa consolação. - Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. - Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)

Justiça das aflições

 Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos.

Causas atuais das aflições

De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam deduas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!
Quantos se arruinam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma!
Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!
Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!
Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.
Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer:Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.
A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.
Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar por se melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente.
5. A lei humana atinge certas faltas e as pune. Pode, então, o condenado reconhecer que sofre a conseqüência do quefez. Mas a lei não atinge, nem pode atingir todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo â sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem, Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto, Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis conseqüências, mais ou menos deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, conseqüentemente, a sua felicidade futura.
Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal, Põe-se então o homem a dizer: "Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso teria evitado! Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há mais tempo!" Como o obreiro preguiçoso, que diz: "Perdi o meu dia", também ele diz: "Perdi a minha vida". Contudo, assim como para o obreiro o Sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o Sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.

Causas anteriores das aflições

 Mas, se há males nesta vida cuja causa primária é o homem, outros há também aos quais, pelo menos na aparência, ele é completamente estranho e que parecem atingi-lo como por fatalidade. Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc.
Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para mudar por si mesmos e que os põe à mercê da comiseração pública. Por que, pois, seres tão desgraçados, enquanto, ao lado deles, sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos de todos os modos?
Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro urna recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem, nem o mal?
Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. E uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus.
O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei.
 Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros. Se foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; se foi avaro, egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.
Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entreos bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão-só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.
Jamais deve o homem olvidar que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.
 As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta.
Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus.
Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas, é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso. Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, enquanto não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado. Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.


quarta-feira, 28 de março de 2012



A Felicidade vem de dentro



O ser humando vive em constante busca da felicidade. Se fizéssemos uma pesquisa perguntando o que as pessoas em geral mais querem na vida, a maioria das respostas seria, obviamente, a felicidade. Porém, estamos procurando no lugar errado.

O nosso maior erro é depositar em pessoas e/ou coisas a causa primária da nossa felicidade. Pensar que se não estivermos com uma determinada pessoa nunca seremos felizes, se não tivermos isso ou aquilo, se não ganharmos na loteria, se não formos milionários ou até mesmo se não tivermos “aquele” celular, não poderemos ser felizes, nunca.

Temos a tendência de acreditar que são essas coisas, todas externas, que nos trarão a tão sonhada felicidade. Acabamos por transferir essa responsabilidade, que é tão nossa, para os outros.Somos nós que escolhemos o nosso trabalho, somos nós que ditamos o rumo das nossas vidas. Se não gostamos do nosso emprego, a culpa é nossa, já que fomos nós que o escolhemos. Se não estamos satisfeitos com a pessoa com quem nos relacionamos, a culpa não é dela, e sim nossa. Afinal não somos obrigados a ficar com alguém que não nos faz bem.

Estes são apenas alguns exemplos que situações que perturbam a nossa paz, roubando momentos alegres. Todas essas situações só acontecem por nossa livre escolha. Se algo não nos agrada, devemos encontrar uma maneira de mudar isso. Seja um novo emprego, um novo relacionamento, uma nova casa e até uma nova vida.

A minha definição de felicidade não é aquela que é eterna, onde passamos o resto dos nossos dias sorrindo, pois não é essa a natureza do ser humano. Fomos feitos para sorrir e para chorar, para errar e acertar. No meu entendimento, felicidade é aproveitar todos os momentos da nossa vida, pois são únicos; viver em harmonia com a nossa família e amigos, eles é que não o nosso suporte; utilizar as 24 horas do dia da melhor maneira possível, passar por momentos não tão bons assim, mas onde temos a chance de aprender e evoluir.

Para encontrarmos a felicidade temos que estar em paz com o nosso “eu” interior. É preciso que tenhamos gosto por tudo o que fazemos, vendo algo de bom em todas as coisas. Reclamar ou resmungar também não são a solução, mas sim consertar o que estiver errado em nossas vidas, nos levando a uma vida mais alegre e saudável.





terça-feira, 27 de março de 2012




O Evangelho no Lar



O que é o Evangelho no Lar?


O Estudo do Evangelho no Lar é uma reunião em família para a troca de idéias sobre os ensinamentos cristãos, que auxilia o nosso esclarecimento e no equilíbrio do lar.

Não é uma invenção do Espiritismo, mas uma prática ensinada pelo Mestre Jesus, que se reunia com os apóstolos e seguidores na casa de Pedro, em Cafarnaum, em torno dos escritos sagrados.

Conhecido também como Culto Cristão do Lar, o estudo do Evangelho é, também, um encontro fraternal do qual participam os espíritos familiares e demais interessados no progresso moral do grupo.

É uma prática cristã recomendada como recurso poderoso na limpeza e higiene espiritual do lar. É um canal de comunicação com Jesus e sintonia com os bons espíritos.

É uma das formas mais saudáveis de fraternidade, que começa na família através do diálogo sincero e do exercício da caridade. Cada lição do Evangelho é um roteiro de luz e de bênçãos para o grupo familiar e para toda a área em que esteja instalado o lar que o pratique.



Roteiro

1- Escolher um dia e uma hora da semana em que seja possível a presença de todos os membros da família ou da maior parte deles. Iniciar a reunião com uma prece simples e espontânea, ditada pelo coração.

2- Fazer a leitura de um breve trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Poderão também ser utilizados outros livros. (ver abaixo sugestões de leitura)

3- Após a leitura, fazer comentários breves sobre o trecho lido, trocando opiniões com o grupo quanto à aplicação dos ensinamentos na vida diária, evitando-se discussões, críticas e julgamentos de membros do grupo ou de conhecidos em função da mensagem evangélica, para que se mantenha o equilíbrio vibratório da reunião.

4- A seguir, rogar a Jesus em favor do lar onde está sendo feito o Culto do Evangelho, para as pessoas presentes, por seus familiares e amigos e pedir pela fluidificação da água, que será distribuída após o encerramento.

5- Encerrar com uma prece de agradecimento a Deus.

6- A duração deve ser de até 30 minutos, no máximo, incluindo a prece de encerramento.




Sugestões para leitura


O Evangelho Segundo O Espiritismo, de Kardec;
Fonte Viva, de Emmanuel;
Palavras de Vida Eterna, de Emmanuel;
Caminho, Verdade e Vida, de Emmanuel;
Vinha de Luz, de Emmanuel;
Pão Nosso, de Emmanuel.


Sugestão para leitura quando houver crianças


Jesus no Lar, Neio Lúcio;
Alvorada Cristã, Neio Lúcio;
O Evangelho da Meninada, Eliseu Rogonatti;
Cartilha do Bem, Meimei;
Histórias que Jesus Contou, Clóvis Tavares;
Os Meus Deveres, Eliseu Rogonatti.


Atenção


Uma vez escolhidos, o dia da semana e o horário de realização do Evangelho no Lar devem ser respeitados. Assiduidade e pontualidade são importantes na obtenção de boa sintonia com os protetores do nosso lar. Por isso, caso seja necessário qualquer alteração avisar na reunião anterior sobre as mudanças.

Não transferir ou suspender a reunião em virtude de visita inesperada, hóspedes (podendo-se convidá-los a participar da reunião), compromissos de última hora, etc. Caso seja inadiável a ausência da família, antes de sair pode-se fazer uma prece e deixar o livro aberto junto à jarra com água, e na hora da reunião mentalizar o lar de onde se estiver. Quando de retorno, ler com a família a página aberta e servir a água.

Mesmo que o Evangelho seja realizado em torno de uma mesa, não haverá necessidade de forrá-la com toalha ou colocar flores, imagens, retratos ou qualquer outro objeto.

Não transforme o culto do lar em reunião mediúnica. Lembramos aqui a insistente recomendação do Plano Espiritual, pois os lares não estão preparados para esse tipo de trabalho, que requerem condições vibratórias especiais, só encontrados em centros espíritas.

27 de Março é dia do Circo!!!!





"A caridade cobre com um véu os defeitos dos homens." (René Descartes)
"Na caridade não há excessos." (Francis Bacon)
"A caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem." 
(Camilo Castelo Branco)

"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine." (São Paulo)
"Nas coisas necessárias, a unidade; nas duvidosas, a liberdade; e em todas, a caridade." (Santo Agostinho)
"Virtude sem caridade não passa de nome." (Isaac Newton)
"A caridade é o único tesouro que se aumenta ao dividí-lo." (Cesare Cantú)
"Sermos bons com os outros e com nós próprios, ajudá-los a viver, ajudarmo-nos a viver, eis a verdadeira caridade." (Émile-Auguste Chartier, "Alain")
"Caridade ensinada melhora os ouvidos. Caridade praticada aprimora os corações." (Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)
"A caridade é o amor, é o sol que Nosso Senhor fez raiar claro e fecundo; alegrando nesta vida a existência dolorida dos que sofrem neste mundo!" (Casimiro Cunha)
"A verdadeira caridade surge espontaneamente de um coração simpático, antes mesmo que qualquer pedido seja feito. Ela é a pessoa que dá, não ocasionalmente, mas constantemente." (Textos Budistas)
"A caridade só é uma virtude na medida em que é um sacrifício." (Den Bosch)
"As obras de caridade que se praticam com tibieza e como que a medo, nenhum mérito, nem valor têm." (Miguel de Cervantes)
"A fingida caridade do rico não passa, da sua parte de mais um luxo; ele alimenta os pobres como cães e cavalos." (Jean-Paul Sartre)
"Que caridade é essa que não tem pudor face a um miserável e que antes de o ajudar, começa por lhe espezinhar o amor-próprio." (Pierre Marivaux)
"A verdadeira lei do progresso moral é a caridade." (Camilo Castelo Branco)
"Onde não há caridade não pode haver justiça." (Santo Agostinho)
"Aquele que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar." 
(Santo Agostinho)

"A caridade é o processo de somar alegrias, diminuir males, multiplicar esperanças e dividir a felicidade para que a Terra se realize na condição do esperado Reino de Deus." (Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)
"A verdadeira caridade é impalpável como a luz e invisível como o perfume: dá o calor, dá o aroma, mas não se deixa tocar nem ver." (Henrique Maximiano Coelho Neto)
"Não há bolsa melhor que a caridade." (Miguel de Cervantes)
"A caridade na Terra a santos, crentes e ateus, é a presença de Jesus agindo em nome de Deus." (Carlos Gondim)
"A soberba gera divisão. A caridade, a comunhão." (Santo Agostinho)
"Não olvides que caridade é o coração no teu gesto." (Meimei)
"Caridade é perdoar, não transigir." (Manuel Tamayo y Baus)
"A obra da caridade tudo transforma em favor do bem." 
(Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)

"O pobre faz mais bem ao rico, aceitando a sua caridade, do que rido faz o pobre oferecendo-a." (Talmude)
"Onde não há caridade, não pode haver justiça." (Textos Cristãos)
"A caridade não tem pátria." (Severo Catalina del Amo)
"Aprendemos e ensinamos caridade em todos os temas da necessidade humana. Façamos dela o pão espiritual da vida." (Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)
"A caridade é a beleza da alma." (Frei Luis de Léon)

segunda-feira, 26 de março de 2012


“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”
“Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste… – Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.”
“Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo”
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
“Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra, o teu me chamará para fora da toca, como se fosse música”.
“Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção”.
“Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem ! E tu terás estrelas que sabem rir.”
“O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo.”
“É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência.”
“E gosto, a noite, de escutar as estrelas.”
“Amem quem vos comanda. Mas sem lhes dizer.”
“O que nos salva é dar um passo e outro ainda.”
“Foi o tempo que dedicastes a tua rosa que a fez tão importante”
“Tu serás para mim único no mundo e eu serei para ti única no mundo”
“A gente só conhece bem as coisas que cativou.”
“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.”
“Quando a gente está triste demais, gosta do pôr do sol.”
“O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.”
“O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem”
“Se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.”
“Uma pessoa para compreender tem de se transformar.”
(Frases do Livro "O Pequeno Príncipe")


O Milagre de um novo dia



Hoje eu me levantei cedo pensando no que tenho para fazer antes que o relógio marque meia noite. 

Eu tenho responsabilidades para cumprir hoje. 

Eu sou importante. 

É minha função escolher que tipo de dia terei hoje. 

Hoje eu posso reclamar porque está chovendo ou posso agradecer às águas por lavarem energias pesadas. 

Hoje eu posso ficar triste por não ter muito dinheiro ou posso me sentir encorajado para administrar minhas finanças sabiamente, mantendo-me longe de desperdícios. 

Hoje eu posso reclamar sobre minha saúde ou posso dar graças a Deus por estar vivo. 

Hoje eu posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo que eu queria quando estava crescendo, ou posso ser grato a eles por terem permitido que eu nascesse. 

Hoje eu posso lamentar decepções com amigos ou posso observar oportunidades de ter novas amizades. 

Hoje eu posso reclamar por ter que trabalhar ou posso vibrar de alegria por ter um trabalho que me põe ativo. 

Hoje eu posso choramingar por ter que ir à escola ou abrir minha mente com entusiasmo para novos conhecimentos. 

Hoje eu posso sentir tédio com trabalho doméstico ou posso agradecer a Deus por ter dado-me a bênção de um teto que abriga meus pertences, meu corpo e minha alma. 

Hoje eu posso olhar para o dia de ontem e lamentar as coisas que não saíram como eu planejei ou posso alegrar-me por ter o dia de hoje para recomeçar. 

O dia de hoje está à minha frente esperando para ser o que eu quiser. 

E aqui estou eu, o escultor que pode dar-lhe forma. 

Depende de mim como será o dia de hoje diante de tudo que encontrarei. 

A escolha está em minhas mãos: 

Hoje eu posso enxergar minha vida vazia ou posso alegremente receber o Milagre de Um Novo Dia !  



sábado, 24 de março de 2012

sexta-feira, 23 de março de 2012

Seu olhar eternamente em Min...

Canção Noturna 

Misterioso luar de fronteira 
Derramando no espinhaço quase um mar 
Clareando a aduana 
Venezuela, donde estás? 

Não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar. 
Minha camisa estampada com o rosto de Elvis 
A minha guitarra é minha razão 
Minha sorte anunciada 
Misteriosamente a lua sobre nada 

|não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar 
|não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar 
|espalhe por aí boatos de que eu ficarei aqui 
|espalhe por aí boatos de que eu ficarei aqui 

Vem, mamacita, doida e meiga. 
Sempre o âmago dos fatos 
Minha guerra e as flores do cactos 
Poema, cinema, trincheira. 

Não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar 
Um cego na fronteira, filósofo da zona. 
Me disse que era um dervixe 
Eu disse pra ele, camarada: 
Acredito em tanta coisa que não vale nada 

|não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar 
|não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar 
|espalhe por aí boatos de que eu ficarei aqui 
|espalhe por aí boatos de que eu ficarei aqui 


Não sei por que nessas esquinas vejo seu olhar 
Não sei por que nessas esquinas vejo seu olhar 
Velejando, viajando sol quarando 
Meu querer, meu dever, meu devir 
E eu aqui a comer poeira 
Que o sol deixará 
Não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar 
Não sei por que nessas esquinas vejo o seu olhar.



UM FINAL DE SEMANA CHEIO DE AMOR E PAZ À TODOS!!!
CHUVA DE LUZES PRA TODOS!!!









Ensinamentos: Dimensões da Espiritualidade

Irmãos e irmãs, gostaria de falar sobre valores espirituais definindo dois níveis de espiritualidade. Como seres humanos, nosso objetivo básico é ter uma vida feliz; todos queremos ser felizes. É natural, para nós, buscar a felicidade. Esse é nosso objetivo de vida. A razão é completamente clara: quando perdemos a esperança, o resultado é que nos tornamos deprimidos e talvez até suicidas. Portanto, nossa existência é fortemente enraizada na esperança. Embora não haja garantia de que o futuro chegará, é porque temos esperança que somos capazes de continuar vivendo. Podemos dizer que o propósito de nossa vida, nosso objetivo de vida, é a felicidade.
Seres humanos não são produzidos por máquinas. Somos mais do que apenas matéria; temos sentimento e experiência. Por essa razão, somente conforto material não é suficiente. Necessitamos algo mais profundo, o que usualmente chamo de afeição humana, ou compaixão. Com afeição humana, ou compaixão, todas as vantagens materiais que temos à nossa disposição podem ser muito construtivas e produzir bons resultados. Contudo, sem afeição humana, somente vantagens materiais não nos proporcionarão satisfação, nem produzirão qualquer medida de paz mental ou felicidade. De fato, vantagens materiais sem afeição humana podem até mesmo criar problemas adicionais. Portanto, afeição humana, ou compaixão, é a chave para a felicidade humana.
O primeiro nível da espiritualidade, para os seres humanos de todos os lugares, é a fé em uma das muitas religiões do mundo. Penso que há um importante papel para cada uma das principais religiões mundiais, mas para que elas façam uma contribuição efetiva em benefício da humanidade do lado religioso, há dois fatores importantes a serem considerados. O primeiro é que praticantes individuais das várias religiões — isto é, nós mesmos — devem praticar sinceramente. Ensinamentos religiosos devem ser uma parte integral de nossas vidas; eles não deveriam estar separados de nossas vidas. Algumas vezes, vamos a uma igreja ou um templo e rezamos uma prece, ou geramos algum tipo de sentimento espiritual e, quando saímos, nada daquele sentimento religioso permanece. Essa não é a forma adequada de praticar. A mensagem religiosa deve estar conosco onde quer que estejamos. Os ensinamentos da nossa religião devem estar presentes em nossas vidas de forma que, quando realmente precisamos ou pedimos bençãos ou força interior, mesmo nessas horas esses ensinamentos estarão lá; eles estarão lá quando passarmos por dificuldades porque estão constantemente presentes. Somente quando a religião torna-se uma parte integral de nossas vidas é que ela pode ser realmente efetiva.
Também precisamos experienciar mais profundamente os significados e valores espirituais de nossa própria tradição religiosa — precisamos conhecer esses ensinamentos não só a nível intelectual, mas também, de forma cada vez mais profunda, através de nossa própria experiência. Algumas vezes entendemos diferentes idéias religiosas num nível muito superficial ou intelectual. Sem um sentimento profundo, a eficácia da religião torna-se limitada. Portanto, devemos praticar sinceramente, e a religião deve tornar-se parte de nossas vidas.
O segundo fator refere-se mais à interação entre as várias religiões mundiais. Hoje, por causa da crescente mudança tecnológica e a natureza da economia mundial, estamos muito mais dependentes uns dos outros do que antes. Diferentes países e continentes tornaram-se mais intimamente associados uns com os outros. Na realidade, a sobrevivência de uma região do mundo depende da de outras. Portanto, o mundo tornou-se mais próximo, muito mais interdependente. Como conseqüência, há mais interação humana. Sob tais circunstâncias, a idéia de pluralismo entre as religiões mundiais é muito importante. Em tempos passados, quando as comunidades viviam separadas uma das outras e as religiões surgiam num relativo isolamento, a idéia que havia só uma religião era muito útil. Mas agora a situação mudou, e as circunstâncias são inteiramente diferentes. Agora é crucial aceitar o fato de que existem diferentes religiões, e a fim de desenvolver verdadeiro respeito mútuo entre elas é essencial aproximar o contato entre as várias religiões. Esse é o segundo fator que possibilitará as religiões mundiais serem mais eficazes em beneficiar a humanidade.
Quando estava no Tibete, eu não tinha contato com pessoas de diferentes crenças religiosas. Assim, minha atitude em relação às outras religiões não era muito positiva. Mas, quando tive a oportunidade de encontrar pessoas de diferentes crenças e aprender com essa experiência e o contato pessoal, minha atitude para com as outras religiões mudou. Compreendi como são úteis para a humanidade e o potencial contributivo de cada uma para um mundo melhor. Há séculos, as religiões vêm dando contribuições maravilhosas para o aprimoramento dos seres humanos, e ainda hoje há um grande número de seguidores do cristianismo, islamismo, judaísmo, budismo, hinduísmo e assim por diante. Milhões de pessoas estão se beneficiando de todas essas religiões.
Para dar um exemplo do valor do encontro de diferentes crenças, meus encontros com o falecido Thomas Merton fizeram-me perceber que bonita, maravilhosa pessoa ele era. Noutra ocasião, encontrei-me com um monge católico que viveu vários anos como eremita numa montanha bem atrás do mosteiro de Montserrat, na Espanha. Quando visitei o mosteiro, ele desceu de sua ermida especialmente para falar comigo. O fato de o inglês dele estar pior do que o meu me deu mais coragem de falar com ele! Ficamos cara a cara e perguntei, "Nesses poucos anos, o que você estava fazendo naquela montanha?" Ele olhou-me e respondeu, "Meditação na compaixão, no amor". Quando ele disse estas poucas palavras, entendi a mensagem através dos seus olhos. Realmente desenvolvi verdadeira admiração por ele e por outros como ele. Tais experiências ajudaram a confirmar na minha mente que todas as religiões do mundo têm o potencial para produzir boas pessoas, a despeito das suas diferenças de filosofia e doutrina. Cada tradição religiosa tem sua própria maravilhosa mensagem a transmitir.
Do ponto de vista do budismo, por exemplo, o conceito de um criador é ilógico. É difícil para os budistas entenderem esse conceito por causa do modo que eles analisam a causalidade. Contudo, este não é o lugar para discutir questões filosóficas. O ponto importante aqui é que para as pessoas que seguem esses ensinamentos nos quais a crença básica está num criador, esta abordagem é eficaz. De acordo com essas tradições, o ser humano individual é criado por Deus. Além disso, como recentemente aprendi de um dos meus amigos cristãos, eles não aceitam a teoria do renascimento, e assim, não aceitam vidas passadas ou futuras. Acreditam somente nesta vida. Contudo, eles mantêm que esta vida é criada por Deus, pelo criador, e esta idéia desenvolve neles um sentimento de intimidade com Deus. Seu ensinamento mais importante é que, como estamos aqui por desejo de Deus, nosso futuro depende do criador, e porque o criador é considerado supremo e sagrado, devemos amar a Deus, o criador.
O que segue-se a isso é o ensinamento que deveríamos amar nossos semelhantes — esta é a mensagem principal aqui. O raciocínio é que se amamos a Deus, devemos amar nossos semelhantes porque eles, como nós, foram criados por Deus. O futuro deles, como o nosso, depende do criador, portanto, sua situação é igual a nossa. Logo, a crença das pessoas que dizem "Ame a Deus" mas não mostram amor verdadeiro para seus semelhantes é questionável. A pessoa que acredita em Deus e no amor a Deus, deve demonstrar a sinceridade de seu amor a Deus através do amor dirigido aos semelhantes. Essa abordagem é muito poderosa, não é?
Assim, se examinarmos cada religião por vários ângulos e da mesma maneira — não apenas da nossa posição filosófica mas de vários pontos de vista — não pode haver dúvida de que todas as grandes religiões têm o potencial para melhorar os seres humanos. Isto é óbvio. Através de um contato próximo com pessoas de outras fés, é possível desenvolver uma atitude aberta e de respeito mútuo em relação a outras religiões. Proximidade com diferentes religiões ajuda-me a aprender novas idéias, novas práticas, e novos métodos ou técnicas que posso incorporar à minha própria prática. Da mesma forma, alguns de meus irmãos e irmãs cristãos adotaram certos métodos budistas, como a prática da mente unifocada e as técnicas de desenvolvimento da tolerância, da compaixão e do amor. O benefício é enorme quando praticantes de diferentes religiões se unem para esse tipo de intercâmbio. Além de desenvolverem a harmonia entre si, ganham outras benesses.
Políticos e líderes de nações falam com freqüência em "coexistência" e "ação conjunta". Por que não nós, religiosos, também? Acho que é chegada a hora. Em Assis, em 1987, por exemplo, líderes e representantes de várias religiões mundiais se encontraram para orar juntos, embora eu não saiba ao certo se orar é a palavra exata para descrever com acuidade a prática de todas aquelas religiões. Em todo caso, o que importa é que os representantes de várias religiões se reuniram e, conforme suas próprias crenças, rezaram. Isso já está acontecendo e é, creio eu, muito positivo. No entanto, ainda precisamos fazer mais esforços para aumentar a harmonia e a proximidade entre as religiões mundiais, pois sem um tal esforço continuaremos a vivenciar todos esses problemas que dividem a humanidade. Se a religião fosse o único remédio para reduzir o conflito humano, mas se este mesmo remédio se tornasse outra forma de conflito, seria um desastre. Hoje, como no passado, ocorrem conflitos em nome da religião por causa de diferenças religiosas, e acho isso muito triste. Mas, como disse antes, se pensarmos aberta e profundamente compreenderemos que a situação atual é inteiramente diferente do passado. Não estamos mais isolados, mas somos interdependentes. Hoje, portanto, é muito importante entender que um relacionamento íntimo entre as várias religiões é essencial, para que diferentes grupos religiosos possam trabalhar juntos e realizar um esforço comum para o benefício da humanidade. Assim, sinceridade e fé na prática religiosa por um lado, e tolerância e cooperação religiosa por outro, formam este primeiro nível do valor da prática espiritual para a humanidade.
O segundo nível da espiritualidade — a compaixão como religião universal — é mais importante que o primeiro porque, não importa quão maravilhosa uma religião possa ser, ainda assim ela é aceita somente por um número limitado de pessoas. A maioria dos cinco ou seis bilhões de seres humanos em nosso planeta provavelmente não pratica religião alguma. De acordo com o seu ambiente familiar, eles poderiam se identificar como pertencentes a um ou outro grupo religioso — "eu sou hindu", "eu sou budista", "eu sou cristão" —, mas realmente a maioria desses indivíduos não é necessariamente praticante de nenhuma crença religiosa. Isto está correto: seguir uma religião ou não é um direito da pessoa como indivíduo. Todos os grandes mestres, como Buda, Mahavira, Jesus Cristo e Maomé falharam em tornar toda a população humana voltada para a espiritualidade. O fato é que ninguém pode fazer iss Se esses não-crentes são chamados de ateus não importa. De fato, para alguns estudiosos ocidentais os budistas também são ateístas, pois não aceitam um criador. Por isso, às vezes, ao descrever estes não-crentes, adiciono a palavra "extremo" e os chamo de não-crentes extremos. Eles não apenas são não-crentes mas também são extremos, presos ao ponto-de-vista de que a espiritualidade não tem valor. Contudo, devemos lembrar que essas pessoas também são uma parte da humanidade e também têm, como todos os seres humanos, o desejo de viver uma vida pacífica e feliz. Este é o ponto importante.
Acredito que não há problemas em permanecer não-crente, mas enquanto você fizer parte da humanidade, enquanto você for um ser humano, você precisa de afeição humana, compaixão humana. Este é realmente o ensinamento essencial de todas as tradições religiosas: o ponto crucial é a compaixão ou afeição humana. Sem afeição humana, mesmo crenças religiosas podem tornar-se destrutivas. Assim, a essência, mesmo na religião, é um bom coração. Considero que a afeição humana, ou compaixão, é a religião universal. Crente ou não-crente, todos necessitam de afeição humana e compaixão, porque compaixão nos dá força interior, esperança e paz mental. Assim, ela é indispensável para todos.
Examinemos, por exemplo, a utilidade de um bom coração na vida cotidiana. Se estamos de bom humor quando nos levantamos de manhã, com um sentimento caloroso no coração, automaticamente está aberta a nossa porta interior para aquele dia. Mesmo se uma pessoa pouco amistosa aparece, não nos perturbamos, e podemos até dizer a ela alguma coisa simpática. Mas num dia de humor menos positivo, quando nos sentimos irritados, nossa porta interior se fecha automaticamente. O resultado é que, mesmo se encontramos nosso melhor amigo, ficamos pouco à vontade e tensos. Tais situações mostram a diferença que nossa atitude interior faz nas experiências do dia-a-dia. Precisamos, pois, a fim de criar uma atmosfera agradável em nós mesmos, nas nossas famílias e nossas comunidades, compreender que a fonte desse bem-estar está dentro do indivíduo, dentro de cada um de nós — um bom coração, compaixão humana, amor.
Uma vez criada uma atmosfera positiva e amistosa, o medo e a insegurança automaticamente diminuem. Assim, podemos facilmente fazer mais amigos e criar mais sorrisos. Afinal de contas, somos animais sociais. Sem amizade humana, sem o sorriso humano, nossa vida torna-se miserável. O sentimento de solidão fica insuportável. É a lei natural, isto é, pela lei natural dependemos dos outros para viver. Se, sob certas circunstâncias, por algo estar errado dentro de nós, nossa atitude para com nossos semelhantes, de quem dependemos, se tornar hostil, como poderemos esperar paz de espírito e uma vida feliz? De acordo com a natureza humana básica, ou lei natural, a afeição — compaixão — é a chave da felicidade. Segundo a medicina contemporânea, um estado mental positivo, ou paz mental, também é benéfico para a saúde física. Logo, mesmo do ponto de vista de nossa saúde, paz e calma mental são cada vez mais importantes. Isso mostra que o próprio corpo físico aprecia e responde à afeição humana, à humana paz de espírito.
Se olharmos para a natureza humana básica, veremos que nossa natureza é mais dócil do que agressiva. Se examinarmos vários animais, notaremos que aqueles de natureza mais pacífica têm uma estrutura corporal correspondente, enquanto os predadores têm uma estrutura corporal desenvolvida de acordo com a natureza deles. Compare um tigre com um veado. Há uma grande diferença de estrutura física entre eles. Quando comparamos o nosso próprio corpo com os deles, vemos que somos mais parecidos com os veados e coelhos do que com os tigres. Até os nossos dentes são mais parecidos com os deles, não são? Bem diferentes dos do tigre. Nossas unhas são outro bom exemplo — eu não sou capaz de pegar nem um rato, só com as minhas unhas humanas. Claro, a inteligência humana nos habilita a criar ferramentas e métodos sem os quais seria difícil fazer muito do que fazemos. Como vêem, devido ao nosso estado físico, pertencemos à categoria dos animais dóceis. Acho que é nossa natureza humana fundamental que se mostra em nossa estrutura física básica.
Diante da situação global atual, a cooperação é essencial, especialmente em campos como economia e educação. O conceito de que diferenças são importantes está agora mais ou menos ultrapassado, como demonstra o movimento por uma Europa Ocidental unificada. Acho que esse movimento é verdadeiramente maravilhoso e chega em boa hora. Ainda assim, esse trabalho entre as nações não aconteceu por causa de compaixão ou fé religiosa, mas por necessidade. Há uma tendência crescente em direção da conscientização global. Nas atuais circunstâncias, um relacionamento mais íntimo com os outros tornou-se um elemento da nossa própria sobrevivência. Portanto, o conceito de responsabilidade universal baseado na compaixão e num senso de irmandade é essencial. O mundo está cheio de conflitos — por causa de ideologia, de religião ou até entre famílias — baseados em alguém querendo uma coisa e outra pessoa querendo outra coisa. Assim, se examinarmos as fontes de todos esses conflitos, descobriremos muitas fontes, muitas causas, até dentro de nós mesmos.
Nesse meio tempo, todavia, temos o potencial e a capacidade de unirmo-nos harmoniosamente. Tudo mais é relativo. Embora haja várias causas de conflito, existem ao mesmo tempo muitas causas para união e harmonia. Chegou a hora de pôr mais ênfase na união. Também aqui, há que haver afeição humana. Por exemplo, você pode ter uma opinião ideológica ou religiosa diferente da de outra pessoa. Se você respeitar o direito da outra pessoa e mostrar sinceramente uma atitude compassiva para com ela, então não importa se a idéia dela lhe serve, isso é secundário. Enquanto a outra pessoa acreditar, enquanto puder se beneficiar de tal ponto de vista, ela estará em seu absoluto direito. Então, precisamos respeitar e aceitar o fato de que existem diferentes pontos de vista. No campo da economia dá-se o mesmo: nossos competidores devem obter algum lucro, pois eles também precisam sobreviver. Quando temos uma visão mais ampla baseada na compaixão, creio que tudo se torna mais fácil. Compaixão, mais uma vez, é o fator-chave.
Os conflitos mundiais estão hoje consideravelmente menos tensos. Felizmente, agora podemos pensar e falar seriamente sobre desmilitarização. Cinco anos atrás isso seria difícil, mas hoje a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética acabou. Aos meus amigos americanos eu sempre digo: A força de vocês não vem das armas nucleares, mas dos nobres ideais de democracia e liberdade dos seus antepassados. Quando estive nos Estados Unidos em 1991, pude encontrar o ex-presidente George Bush. Na ocasião, falávamos sobre a nova ordem mundial e eu lhe disse: Uma nova ordem mundial com compaixão é ótimo. Sem compaixão, não tenho certeza.
Creio que é um bom momento para pensarmos e falarmos sobre desmilitarização. Já há sinais de redução armamentícia e, pela primeira vez, de desnuclearização. Passo a passo, vamos vendo uma diminuição de armas. Penso que nossa meta deveria ser a de livrar o mundo — nosso pequeno planeta s das armas. Isso não quer dizer, porém, que devamos abolir todo tipo de armas. Talvez seja preciso guardar algumas, pois há sempre algumas pessoas e grupos criando confusão entre nós. Por precaução, e para nos resguardarmos desses focos, poderíamos criar um sistema internacional de forças policiais monitoradas regionalmente, que não pertençam a nenhum país mas sejam controladas coletivamente e supervisionadas por uma organização internacional, como as Nações Unidas. Sem armas disponíveis, não haveria perigo de conflito militar entre as nações, nem haveria guerras civis.
A guerra continua sendo, para nossa tristeza, parte da história humana, mas acho que chegou a hora de mudar os conceitos que levam à guerra. Certas pessoas acham gloriosa a guerra, e que através dela podem se tornar heróis. Essa atitude comum em relação à guerra é muito errada. Um entrevistador me disse, um desses dias, que os ocidentais têm muito medo da morte, mas que os orientais a temem pouco. Eu lhe respondi, em tom de brincadeira, que para a mentalidade ocidental, a guerra e a instituição militar parecem extremamente importantes. Guerra significa morte — provocada, e não por causas naturais. Assim, são vocês, ocidentais, que não temem a morte, porque gostam tanto da guerra. Nós, orientais, principalmente nós, tibetanos, não podemos nem pensar em guerra; lutar, para nós, está fora de cogitação porque o resultado inevitável da guerra é o desastre: morte, ferimentos e miséria. Portanto, o conceito de guerra para nós é extremamente negativo. Isso quer dizer que, na realidade, temos mais medo da morte do que vocês, você não acha?
Infelizmente, alguns fatores fazem que nossas idéias sobre a guerra sejam muito incorretas. É hora, portanto, de pensar seriamente sobre desmilitarização. Eu senti isso profundamente, durante e depois da crise do Golfo Pérsico. Claro, todos culparam Sadam Hussein, e não há dúvida de que Sadam Hussein é negativo — ele errou de muitas maneiras. Afinal, ele é um ditador, e ditadores são obviamente negativos. No entanto, sem sua organização militar, sem suas armas, Hussein não seria aquele tipo de ditador. Quem lhe forneceu as armas? Os fornecedores também têm responsabilidade. Alguns países ocidentais lhe forneceram armas sem medir as conseqüências.
Pensar apenas em dinheiro, em lucrar vendendo armas, é realmente horrível. Certa vez, encontrei uma francesa que passara muitos anos em Beirute, no Líbano. Ela me disse, com grande tristeza, que durante a crise em Beirute havia gente de um lado da cidade ganhando dinheiro com a venda de armas, enquanto do outro lado, no mesmo dia, havia gente inocente sendo morta pelas mesmas armas. Da mesma forma, de um lado do planeta há pessoas vivendo suntuosamente com o lucro auferido da venda de armas, enquanto pessoas inocentes morrem do outro lado do planeta, vítimas daquelas balas sofisticadas. O primeiro passo, portanto, é parar a venda de armas. às vezes eu brinco com meus amigos suecos: Vocês são mesmo maravilhosos. Mantiveram a neutralidade durante o último conflito e sempre consideram a importância dos direitos humanos e da paz mundial. ótimo. Mas, nesse meio tempo, estão vendendo muitas armas. Há uma pequena contradição aí, não há?
Assim, desde a crise do Golfo Pérsico, prometi a mim mesmo que pelo resto da minha vida contribuirei para avançar a idéia da desmilitarização. No que diz respeito ao meu país, já resolvi que, futuramente, o Tibete deverá ser uma zona totalmente desmilitarizada. Mais uma vez, para tornar a desmilitarização uma realidade, o fator chave é a compaixão.
Gostaria de concluir explicando melhor o significado de compaixão, que freqüentemente é mal entendido. Compaixão verdadeira não está baseada em nossas próprias projeções e expectativas, mas sim nos direitos do outro: independentemente da outra pessoa ser um amigo íntimo ou um inimigo, contanto que ela deseje paz e felicidade e deseje superar o sofrimento, então, baseado nisso, desenvolvemos respeito verdadeiro para com seus problemas. Isso é compaixão verdadeira.
Em geral, chamamos qualquer preocupação com um amigo próximo de compaixão. Isso não é compaixão, é apego. Nem casamentos duram por apego, embora o apego geralmente esteja presente. Eles duram porque também há compaixão. Se os casamentos duram pouco, é por perda de compaixão; só há apego emocional baseado em projeção e expectativa. Quando o único vínculo entre amigos íntimos é o apego, mesmo uma questão menor pode causar uma mudança nas projeções. Assim que nossa projeção muda, o apego desaparece — porque o apego estava baseado unicamente na projeção e expectativa.
É possível ter compaixão sem apego — e similarmente, ter cólera sem ódio. Portanto, precisamos esclarecer as diferenças entre compaixão e apego, e entre cólera e ódio. Tal clareza é útil em nossa vida diária e em nossos esforços para a paz mundial. Considero esses valores espirituais como básicos para a felicidade de todos os seres humanos, tanto do crente quanto do não crente.

(Dalai Lama)